quinta-feira, 1 de março de 2012

Sony playstation Vita

O PlayStation Vita, lançado nos EUA no dia 22 de Fevereiro, chega ao mercado enfrentando uma competição acirrada. Dispositivos móveis como smartphones e tablets se tornaram poderosos, baratos e estão em toda parte. E com ótimos jogos baratos prontamente disponíveis em um aparelho que você já carrega todos os dias (seu smartphone), existe mesmo razão para gastar R$ 1.600 num console dedicado como o Vita?
Design excepcional
Com cerca de 18 cm de largura e 7,5 cm de altura, é impossível confundir o PlayStation Vita com qualquer coisa que não seja um console de videogame portátil. Apesar do tamanho o aparelho é surpreendentemente leve, graças a um chassis de plástico reforçado que passa a sensação de solidez. O modelo que testamos, com 3G integrado, pesa pouco mais de 280 gramas e é confortável de segurar por longos períodos. O modelo apenas com Wi-Fi é mais leve ainda, com cerca de 255 gramas.
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PlayStation Vita: design não foge muito do usado no PSP
Apesar do perfil esguio e baixo peso, você provavelmente não vai colocar o Vita em seu bolso, graças aos dois direcionais analógicos, um de cada lado da tela OLED de 5 polegadas, já que eles se sobressaem pouco mais de 1 cm à frente dela. Graças a eles os desenvolvedores poderão desenvolver jogos 3D com controles complexos, e adaptações mais fiéis de títulos disponíveis nos consoles de mesa. De qualquer forma, a não ser que você compre uma capa protetora para o console (vendida separamente) provavelmente irá querer carregá-lo numa bolsa ou estojo para evitar dando em potencial aos direcionais.
Há várias outras formas de interagir com o console, incluindo um direcional, quatro botões de ação frontais (os tradicionais triângulo, quadrado, círculo e X), dois gatilhos (L e R), botões Start e Select e um botão PlayStation, que quando pressionado leva o usuário de volta à tela inicial do sistema. Dentro do Vita há um acelerômetro de três eixos, um giroscópio, uma bússola eletrônica de três eixos e, nos modelos com 3G, um GPS.
No topo do gabinete você irá encontrar controles de volume (à direita) e um botão de força (à esquerda), bem como duas frágeis tampas plásticas no meio que escondem um slot para os cartões com os jogos (Vita Cards) e um misterioso “Accessories Terminal” para conexão de periféricos, nenhum deles disponível no momento. Além disso, quem tem o Vita com 3G irá encontrar um slot para o SIM Card na lateral esquerda do aparelho, debaixo de outra tampa plástica.
Para completar há um conector para microfone e fones de ouvido, um “conector multiuso” e slot para um cartão de memória na parte inferior do gabinete. O conector multiuso lembra uma porta USB deformada, e por enquanto a única coisa que pode ser plugada ali é o carregador de bateria. Ele vem em três partes: uma tomada com plugue, um cabo USB com a marca PlayStation que é plugado no conector multiuso e um “tijolinho”, o carregador propriamente dito, que fica entre os dois. É muita coisa para carregar numa viagem, mas você pode usar o cabo USB para conectar o console a um computador e carregá-lo lentamente usando um PC (desde que ele não seja usado enquanto carrega). Assim também é possível transferir fotos, filmes, música e aplicativos entre os dois aparelhos usando o aplicativo PlayStation Content Manager (sobre o qual falaremos mais tarde)
Mas chega de portas e conectores, vamos falar da tela. Sensível ao toque, com 5 polegadas e tecnologia OLED ela é grande, bela e capaz de registrar múltiplos toques. Ela é brilhante o suficiente para que a maiora dos jogos e filmes possam ser jogados ou vistos mesmo sob a luz direta do sol. O ângulo de visão é excelente e permite que você veja tudo o que acontece, não importa como olha para a tela, e o acabamento “glossy” não atrai marcas de dedo com tanta facilidade, o que é ótimo. A resolução de 960x544 pixels é próxima da do iPhone 4S, e ela é a melhor tela que já vimos em um portátil dedicado a jogos (superando o 3DS e o PSP). Jogos coloridos como Lumines e WipeOut 2048 ficaram fantásticos.
Além da tela, há um segundo painel multitoque no aparelho, desta vez na parte de trás. É a primeira vez que vimos alguém usar este conceito desde o Motorola Backflip, e aprender a segurar o Vita confortavelmente sem acionar acidentalmente o painel leva um tempo. Felizmente é fácil saber onde o chassis do Vita termina e o painel multitoque começa graças a uma diferença na textura (o chassis tem um plástico mais áspero, enquanto o painel é liso).
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Painel multitoque na traseira (com os símbolos do console) oferece novas formas de interação
A forma como os painéis multitoque frontal e traseiro são usados varia de jogo para jogo. Como exemplo, em Super StarDust Delta você pode tocar ou arrastar o dedo sobre o painel traseiro para disparar bombas de gravidade, ou tocar na tela para guiar seus mísseis. Se você não gosta dos controles sensíveis ao toque, pode usar os botões em seu lugar.
Interface confusa
Quando você ligar o Vita pela primeira vez, terá de fazer login com seu usuário e senha na Sony Entertainment Network, a SEN, ou criar um usuário e senha, se esta for sua primera vez usando o serviço. Escolha com cuidado, pois o único jeito de mudar a conta da SEN associada ao aparelho é formatando a memória interna.
O Vita trocou a tradicional interface “XrossMediaBar”, usada no PS3, PSP e algumas TVs da família Bravia, por uma nova interface baseada em toque e gestos. Ela mostra até dez ícones para aplicativos (ou jogos) por vez em múltiplos painéis, e você pode alternar entre eles deslizando o dedo para cima ou para baixo sobre a tela. Toque em um ícone para abrir sua LiveArea, uma espécie de “meio-termo” entre a tela inicial e o aplicativo propriamente dito, onde você pode fazer ajustes, ler o menual do app ou procurar por atualizações.
Embora você provavelmente vá passar a maior parte de seu tempo com o Vita rodando jogos (que podem ser baixados na PlayStation Network ou comprados em cartões de memória, os Vita Cards) o sistema também traz um conjunto completo de aplicativos para compartilhar seu progresso nos jogos ou conversar com amigos, assistir fillmes, tocar músicas e ver fotos. Também é possível baixar clientes para serviços como Facebook, Twitter e Netflix.
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LiveArea do jogo WipeOut 2048
Também há um navegador que funciona muito bem, controlado com toques na tela e um teclado virtual, e que lembra uma versão “gigante” do navegador padrão do Android. Infelizmente o navegador não tem suporte a Flash nem HTML5, o que o torna inútil para quem quer assistir vídeo via streaming.
Para transferir arquivos entre o PC e o Vita você vai precisar do software Content Manager Assistant, que é simples de usar, embora pareça um pouco ridículo exigir um software proprietário em vez de tratar a memória do console simplesmente como um pendrive, como em um smartphone Android. A decisão provavelmente foi tomada para evitar a pirataria de software.
Para armazenar arquivos em seu Vita você terá de investir em um cartão de memória proprietário, e no momento eles são incrivelmente caros. O aparelho que recebemos para review veio acompanhado por um cartão de memória de 16 GB, que é vendido por US$ 59,90 nos EUA, mais de sete vezes o preço de um cartão microSDHC de capacidade equivalente. O pacote à venda no Brasil contém um cartão de 4 GB (que custa US$ 20 separamente), mas se você quiser muito espaço para seus jogos e saves terá de desembolsar US$ 100 por um cartão de 32 GB.
Estes preços são praticamente um assalto à mão armada, especialmente se levarmos em conta que um cartão microSD de 32 GB de uma marca renomada como a Sandisk custa US$ 29 nos EUA. A decisão da Sony de usar um formato de cartão de memória proprietário e inflar os preços é guiada apenas pelo lucro, prejudica o consumir e mancha o que, no geral, é um excelente hardware.
Câmeras terríveis
O PlayStation Vita tem um par de câmeras VGA de 0.3 MP, uma frontal e uma traseira, e ambas são terríveis. Durante os testes o Vita regularmente fez fotos que pareceram borradas e sem vida, com pouco contraste entre as áreas claras e escuras. A versão 1.6 do firmware, lançada em uma atualização, adiciona a capacidade de gravar vídeos, mas eles são igualmente ruins. As câmeras funcionam bem o suficiente para uma partida ocasional de um jogo de realidade aumentada, mas para fotos de recordação é melhor usar uma câmera de verdade ou mesmo seu smartphone.
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Foto feita com a câmera traseira do PlayStation Vita: cores e constraste ruins
Desempenho fantástico
O PlayStation Vita tem um processador quad-core ARM Cortex A9 (similar, porém mais poderoso que modelos como o Nvidia Tegra 2 e Apple A5, da mesma família) e uma GPU quad-core PowerVR Series 5XT SGX543MP4+, mais poderosa que o modelo dual-core (SGX543MP2) usado no iPhone 4S e iPad2.
Isso resulta em filmes e jogos que se desenrolam sem um engasgo sequer. Em nossos testes jogamos títulos exigentes como Uncharted: Golden Abyss, Lumines: Electronic Symphony, Super StarDust Delta e Ultimate Marvel vs. Capcom 3 e todos tiveram desempenho fantástico, com gráficos impressionantes e nenhum sinal sequer de frame perdido ou falha gráfica. Uncharted, o carro-chefe entre os títulos de lançamento do console, tem visuais que lembram um jogo de PlayStation 3.
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Uncharted: Golden Abyss tem qualidade gráfica que lembra um jogo de PlayStation 3.
(Clique para ampliar)
O Vita também tem uma autonomia de bateria aceitável, e durante nossos testes conseguimos 5 horas jogando, assistindo filmes e ouvindo músicas com brilho e volume no mácimo antes que o console ficasse sem bateria. Felizmente, só é necessário uma hora e meia para recarregá-la usando o carregador incluso.
No geral o PlayStation Vita é um excelente console, especialmente se você quer mais do que os jogos de um smartphone ou tablet podem oferecer. Mas você vai ter que fazer alguns sacrifícios em troca, principalmente no bolso: no Brasil um kit com o console, cartão de memória de 4 GB e um jogo (ModNation Racers) custa módicos R$ 1.600, mais de duas vezes e meia seu preço nos EUA e mais caro que um PlayStation 3. Em troca, você terá o portátil mais poderoso já produzido.
OBS: Essa matéria foi retirada do site "PCworld.com.br".

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